É 1h20m, não sai da sua cabeça aquela festa, aquilo mimo que a sua mãe lhe fez na face na quinta-feira ao amanhecer….Aqueles dedos duros do trabalho, amargados pelas imposições da vida, naquelas mãos nas quais não se sente a presença dos cremes anti-envelhecimento, mãos que nunca tentaram rejuvenescer aquilo que a biologia dita. Fechou os olhos e quis registar isso na sua memória fotográfica para todo sempre. É como se quisesse dizer ‘Fica para todo o sempre. Este momento terá que perdurar para a minha eternidade’.
Desde então, voltou às velhas rotinas, regozijou-se com o fim de semana, abraçou os amigos, voltou a casa (àquela que teima em considerar que ainda não é a ‘sua’), estabeleceu alianças, quis fundar um movimento, cantou a viva voz, alegrou-se num pequeno pátio, sorriu para a cidade, fez considerações acerca da solidão e independência de si-para-si, fumou um cigarro e namorou com Lisboa da sua varanda, pensou naquela notícia que recebeu durante a semana e que lhe rasgou o coração...
Depois de tudo isto, concluiu que a perseverança é a palavra que melhor define esta sua fase, que não há nada nem o ninguém que possa derrubar esta nova era. Não há FMI, não há political views, não há crise, não há centro direita nem centro esquerda, há apenas a resiliência, uma característica muito exigida aos desportistas dos dias de hoje, uma força combativa, um sangue na guelra…Isso terá que valer uma merda qualquer, nem que seja para alimentar a espuma dos nossos dias.
Não quer ser impávida e serena, até porque isso é quase uma pretensa alusão a pensos higiénicos. Está imbuída de um espírito ‘straightforward, apparent, clear, clear-cut, direct, distinct, elementary, evident, manifest, palpable, patent, plain, routine, straight, through, unambiguous, uncomplicated, undemanding, unequivocal, uninterrupted.
Vamos a isto?
domingo, 17 de abril de 2011
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