sábado, 16 de agosto de 2008

Sonho de Uma Noite de Verão - Cap.2008

Há cerca de 2 meses, sonhei contigo. Desde então esse sonho tem acompanhado muitas das minhas noites de Verão, de uma forma consistente. Nesse sonho, perguntavas o que sentia por ti, insistias na pergunta e eu sem nunca conseguir enfrentar-te e dizer-te aquilo que mais queria pronunciar.

A estranheza deste sonho é o facto de ter como dado adquirido e consciência, que não irias compreender, iria soar-te como um acto irreflectido, inconsequente, de alguém que teve um ataque de romantismo inveterado, só por si explicável devido a um quadro, um filme alternativo quase frívolo que se tinha tornado aquela noite de verão.

Para verbalizar essa palavra teria que ter dito tantas outras…
Teria que te contar que durante 2 anos sofri de uma letargia pesada mas muito bonita e fiquei presa a um sentimento profundo….Porque quando amamos, envolvemo-nos numa sonolência, num mundo muito nosso, não é porque alguém nos diz que ‘não pode ser’ que se deixa de gostar….O coração e as emoções não têm o condão de ter um sinal STOP, que nos faz parar ou que desligas quando queres ou simplesmente te apetece….Falta de aviso? Nem por isso, mas a fronteira era ténue e estava sempre muito esbatida…
Teria que contar que no final do mês de Março fiquei doente, porque não tinha forças para assimilar que tudo tinha mudado, o mês dos Portishead, o mês das escolhas, o mês dos delírios febris, o mês de continuar e amordaçar o que sentia….
Teria que te contar que muitas vezes fiquei só, solidariamente só, por muito contra senso que possa parecer, porque este sentimento sempre foi meu, nunca o partilhei, nunca o impus….
Teria que te contar, que nas últimas vezes que falámos tentei dizer-te isto pessoalmente, sempre pensei que ao confrontar-me, talvez fosse mais fácil desamarrar o imenso nó que sentia e prosseguir fosse com o que fosse que estivesse reservado para mim….
Teria que te contar o quanto me senti a mais perfeita imperfeita de todas as criaturas, porque não servia, não era a medida certa, não correspondia ao teu ideal, às tuas referencias….

Provavelmente nunca terei oportunidade para dizer ‘Amo-te’, no puzzle dos dos afectos e vazios, esta era a peça que fazia falta…Isso não significa que não queira levar a minha vida para frente, isso não significa que os meus pés não estejam estacionados em terra firme! Isso significa que posso saber perfeitamente tudo isso, mas também posso ter uma súbita e redentora vontade de mudar…

(MADonna, se me estiveres a ler, os meus parabéns!)


3 comentários:

Anónimo disse...

"Still in love song"! "Being Here", you're still in love inside your silence.

Nunca te sintas culpada por amar. Somente o ódio é imperdoável.
bj

Anónimo disse...

Deixaste-me sem palavras...
Gosto muito de ti :)

su disse...

Music,
É inevitável a culpa...Mas quero fzer o turning point, quero mto!
Obrigada doce Music!

SISU,
Bem-vinda a esta colecção de acontecimentos que se chama VIDA!

Bisous para as 2!